Um dos primeiros embates da Presidente Dilma com o congresso , foi a questão do “valor” do salário mínimo.
Discutia-se se ele teria ou não poucos reais a mais , como pretendiam as Centrais Sindicais e a oposição, que neste caso, queria – apenas – ver o circo pegar fogo.
Ideais à parte, o salário mínimo foi criado em 14 de janeiro de 1936 – um capricorniano, portanto – e, entrou na terceira idade magro, subnutrido e maltrapilho. Podemos dizer que fracassou em sua vocação básica.
A criação do salário mínimo referendava a Declaração Universal dos Direitos Humanos, permitindo que o trabalhador vivesse dentro de padrões – mínimos, é verdade – de subsistência.
Portanto, já faz tempo que a expressão “salário mínimo” é inadequada, sendo o mais correto “salário-mini” ou “miniminho”.
Mas, existe um dado inquietante...nunca se soube de alguém que tenha morrido de salário mínimo. Desta forma, só posso concluir que deve haver algum truque, uma mágica, qualquer coisa enfim que explique como um trabalhador pode manter sua família com o salário mínimo.
Bem, penso que a matemática convencional não se aplica ao entendimento ou a compreensão desta equação.
Chego a imaginar uma cena – naqueles morros “pacificados” pela PM do Rio – onde os policiais arrombam a porta do barraco de um trabalhador dizendo terem recebido uma “denúncia” de que havia “muita coisa” guardada dentro da casa...remédios, 4 escovas de dentes, colchão, além de 5 kg de arroz e de feijão, que não estavam condizentes com seu padrão de vida – principalmente de alguém que recebia salário mínimo. Os policias da unidade “pacificadora” pegam o trabalhador e saem arrastando porta afora , dizendo que “teria que explicar tudo – direitinho – para o Dr. Delegado”.
E o trabalhador gritando... ”os senhores não podem fazer isso comigo..não podem...os senhores não acreditam em milagre?...Pois eu sou o milagre, o verdadeiro milagre brasileiro!