Ultimamente ando observando meu comportamento, minhas atividades e meu humor.
Claro que a opinião dos que trabalham comigo é a de que “devo tirar férias” ... é, acho que concordo.
Sei exatamente o que está acontecendo comigo.
Quando é que me sinto bem? Quando me sinto mal?
Há muitas atividades ou situações que me fazem sentir assim ou assado - andar a bicicleta, por exemplo.
Mas vou mencionar apenas três: acordar cedo, falar e escrever.
Estas me dão prazer.
A primeira deve ser uma questão de biótipo italiano predominante.
Na minha infância eu me recordo de minha mãe cantando e passando enceradeira às 6 da manhã e panela de pressão as 7.
Quando atingi a adolescência ela já tinha parado com a enceradeira.
Estávamos na era do aspirador.
Deve ter sido dela que herdei, não o aspirador, mas o bem-estar por acordar de madrugada.
Quando acordo tarde fico deprimido.
A outra atividade que me dá prazer é falar. Adoro ensinar, explicar, palestrar.
Quando termino uma palestra ou um treinamento . Sinto um prazer indescritível.
Não sei se somando esta atividade – de falar - com a outra - acordar de madrugada - terei prazer dobrado. Nunca testei.
Quem sabe eu uma conversa em estado de êxtase, levitando a um palmo do chão rsrsrsrssrsr bem, é claro que não seria assim se estivesse discutindo a relação.A terceira atividade é escrever. Quando termino algo sinto- me revigorado e rio sozinho das bobagens que escrevo.
Falei sobre isso outro dia a uma amigo, sobre os efeitos terapêuticos de escrever, mas foi no sentido de botar para fora seus sentimentos, fazer uma terapia no divã do teclado.
Agora descobri que há outra razão para esse prazer, e deve ser a mesma de quando falo.
Uma razão química. Estava lendo "Naked Conversations : How Blogs are Changing the Way Businesses Talk with Customers", por Robert Scoble e Shel Israel, quando decidi dobrar o canto de uma página - existe algum nome para dobrar o canto da página? Sim, eu faço isso, pinto e rabisco o livro quando leio, faço leitura interativa. Se alguém for ler depois?
Bem vai ganhar uma versão comentada.
Mas sobre o que eu estava falando... ah! sim, sobre a página que li. Lá dizia que o Dr. Gregory S. Berns, professor de psiquiatria da Emory University, descobriu que o cérebro responde a diversos estímulos que cutucam o Striatum, um acessório do cérebro que segrega a dopamina. A substância parece ser liberada em doses maiores quando o dono do cérebro pratica atividades como sexo e jogo, gerando prazer e euforia. Drogas como a cocaína impedem que a dopamina saia de cena, prolongando a sensação de euforia. Até aí nenhuma novidade. Mas o que chamou a atenção do doutor foi que esse tal de Striatum fica doidão quando a gente ajuda alguém. Isso mesmo, ajudar as pessoas faz o Striatum acordar mais cedo, cantar e ligar a enceradeira para liberar dopamina. Deve ser por isso que me sinto bem escrevendo e falando pois, pode parecer pretensão ...mas, acredito que , de alguma forma, ajudo alguém.
O mesmo vale para o trabalho voluntário, a informação dada no trânsito ou o presente que você dá.
Em suma: ajudar os outros dá prazer.
Muito prazer