Era uma vez uma empresa onde o serviço de promotoria funcionava. As promotoras eram comprometidas, engajadas e cativavam e conquistavam novos clientes. A coisa chegou ao ponto da diretoria resolver premia-las, depois de muita discussão,optaram por brindá-las e a seus esposos, com um fim de semana num hotel de cinco estrelas – um resort – em uma das mais badaladas praias do Brasil. E não se falou mais no assunto.
Até o anos seguinte, quando se pensou em repetir a dose e, qual não foi a surpresa dos diretores ao receberem um “pedido” das promotoras para – pelo amor de Deus – pensarem em qualquer outra alternativa.
O motivo?
No ano anterior tinham se sentido envergonhadas “ no meio deste luxo todo”, e sem condições de consumir qualquer extra , que eram caríssimos.
Entendeu? Isso mostra a pouca sensibilidade como se costuma reconhecer os colaboradores que tenham um desempenho além do esperado, ou que cumpram metas em projetos específicos. Não é um comentário vazio: o reconhecimento é uma forma de motivação reconhecidamente eficaz, desde que seja adequada.
Assim, poderíamos separar as empresas em quatro grupos:
1- As que não praticam o reconhecimento e são conscientes disso;
2- As que praticam mal e também são conscientes disso;
3- As que praticam mal e nem sabem disso;
4- E...todas as demais
As empresas do primeiro grupo, onde as realizações dos colaboradores são ignoradas de forma deliberada, costumam ser gerenciadas por pessoas que são tão bem intencionadas quanto burras. Elas sonegam o reconhecimento pelos seguintes motivos: são adeptas da teoria do cogumelo , segundo a qual quanto mais estrume joga-se na planta – ou na pessoa, como é o caso – mais ela cresce e tem a firme convicção, em uma segunda teoria, de que, quando o colaborador pensa, cria, trabalha dobrado e finalmente, consegue aperfeiçoar alguma coisa ...ele não faz nada mais do que sua obrigação.
Convenhamos...pensamentos absolutamente desconectados com a realidade do mercado.
Nas empresas do segundo grupo há plena consciência quanto ao reconhecimento dos colaboradores estar sendo praticado de maneira errada, mas tudo bem. Os gerentes participam das festas de final de ano, abraçam os colaboradores, entregam medalhas e coisas assim...o padrão! Estas empresas praticam o discurso “ o homem é o recurso mais importante...etc” . Fazem alguma coisa apenas pelo fato que tem que ser feito e, com o menor custo possível...de preferência.
As empresas do terceiro grupo, ai encontramos aquelas empresas que praticam programas de incentivo – por vezes – além do que deveriam, simplesmente pelo fato de não ouvirem seus colaboradores e acreditam estar “arrasando”.As empresas familiares que passam por processo de profissionalização caem, em sua maioria na condição de prepotência. Não passa pela cabeça destes executivos que o trabalhador a quem derem um “bom dia”, apenas unzinho, não deixará de lhes ficar eternamente grato, pois eram assim que na maioria das vezes eram tratados e reconhecidos.
Mas...o que é reconhecimento e como praticá-lo?
Reconhecimento é qualquer ato (qualquer...entendeu?) da empresa – da direção é claro – destinado a compensar psicologicamente um colaborador pelo esforço realizado ao atingir um determinado objetivo.
Desta forma, tudo que acontece no âmbito da relação empresa-colaborador pode significar reconhecimento: uma palmadinha nas costas, uma gorda bonificação em dinheiro, um aumento salarial, cumprimentos bem dados, etc.
Enfim...tudo! Entendeu?